Cientistas dos EUA criam robô que 'enxerga' ambiente graças a campo elétrico e sensores.
Cientistas analisaram o peixe elétrico da Amazônia
(Foto: Per Erik Sviland/Northwestern/BBC)
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Cientistas de uma universidade americana criaram um
robô subaquático a partir da análise de características de um peixe elétrico da
Bacia Amazônica.
O ituí-cavalo (Apteronotus albifrons) é um peixe de
hábitos noturnos que vive na região amazônica. Ele é cego, mas consegue emitir
uma leve corrente elétrica na água para determinar como é o ambiente onde está.
Estes peixes possuem receptores distribuídos pelo
corpo, que permitem 'sentir' o ambiente a partir da corrente elétrica emitida.
Os pesquisadores da Universidade Northwestern
acreditam que essas características podem ajudar no desenvolvimento de uma nova
geração de robôs autônomos que operam debaixo d'água.
A partir do ituí-cavalo, os pesquisadores criaram
robôs que conseguiram se mover em meio a destroços e na escuridão total. Eles
seriam úteis em casos de navios naufragados ou em vazamentos de petróleo, por
exemplo."Hoje não temos robôs subaquáticos que funcionem bem em meio a
obstruções ou em condições onde a visão não é muito útil", disse Malcolm
MacIver, um dos líderes da pesquisa.
"Pense em um navio de cruzeiro afundado. É
muito perigoso mandar mergulhadores para estas situações, onde a água pode ser
muito turva."
MacIver mostrou o resultado de sua pesquisa na
reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na
sigla em inglês), em Chicago.
Campo elétrico
Sensores foram espalhados no robô, de maneira semelhante ao corpo do ituí-cavalo (Foto: M. MacIver/Universidade Northwestern/BBC) |
Malcolm MacIver estuda o ituí-cavalo há anos,
decifrando seus sistemas sensorial e de movimento. Para o pesquisador, é
possível aprender com estes peixes.
"Eles não usam a visão para caçar durante a
noite nos rios da bacia do Amazonas, e seus movimentos em meio a raízes
amontoadas e florestas inundadas tem que ter uma precisão incrível",
disse.
Estes peixes geram um campo elétrico a partir de
neurônios modificados em sua medula espinhal. Quando a caça, como insetos
aquáticos, entram neste campo, o peixe consegue medir a minúscula mudança na
voltagem graças aos receptores na superfície de sua pele.
"O peixe desenvolveu um sistema incrível.
Imagine como seria se sua retina fosse esticada, cobrindo todo seu corpo. Está
é a situação do ituí-cavalo", disse MacIver.
"Eles detectam em todas as direções. Eles
emitem um tipo de radar, mas é um campo elétrico; e os receptores sensoriais
espalhados por toda a superfície do corpo significam que eles conseguem
detectar coisas vindo de todas as direções."
Com base nestes estudos do peixe amazônico, o
cientista desenvolveu um robô que, dentro do tanque no laboratório, reage ao
que está em volta e se move de acordo com a informação que recebe dos
obstáculos que encontra no tanque.
Propulsão
Robô pode ser útil em caso de vazamentos de petróleo e navios naufragados (Foto: M. MacIver/Universidade Northwestern/BBC) |
Além de reproduzir a forma com que o peixe reage
aos obstáculos, MacIver também quer copiar a técnica de propulsão do
ituí-cavalo.
O peixe se move enviando ondas através da longa
nadadeira na barriga.
Ao ondular a nadadeira de um jeito, o peixe se move
para frente. Ao movê-la de outro jeito, ele se move na direção contrária e
mudando mais uma vez estas ondas e o animal consegue se mover para cima.
"De todas as nossas simulações, agora temos
relações matemáticas entre coisas como frequência e amplitude da onda e o
quanto de propulsão você consegue", disse.
'Então agora podemos transformar isto em tecnologia
e fazer funcionar', acrescentou.
No momento, o laboratório da Universidade
Northwestern conseguiu criar uma plataforma robótica que reproduz a capacidade
sensorial do peixe e outra que consegue imitar a capacidade de locomoção.
O objetivo agora é juntar estas duas capacidades em
um único dispositivo.
Fonte:http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/02/peixe-eletrico-da-amazonia-inspira-criacao-de-robos-subaquaticos.html
Postado por: Glauciléia Brito
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